O pássaro vem voando e bate contra a vidraça é um beija-flor e fica pairando no ar minúsculo helicóptero...Olha a sua frente e vê outro pássaro igual a ele, então agora são dois que pairam no ar, de um lado o pássaro verdadeiro do outro o pássaro refletido na vidraça, o pássaro real não sabe disso e continua ali curioso tentando alcançar o reflexo de si mesmo.Assim fica por um tempo... o tempo que consegue suportar porem não desiste quer alcançar o companheiro que é tão agitado e curioso quanto ele.Acima do pássaro a vidraça tem aberturas laterais, se voasse mais alto encontraria a passagem para ele e para o outro que ele julga estar preso.Mas ele não faz isso, apenas tenta ultrapassar a barreira que o impede de chegar ao companheiro.O pássaro é prisioneiro da sua própria ilusão, da sala onde o observo torturado e infeliz debatendo-se já extenuado grito-voe voe para o alto, para o alto! - tento de todas as formas indicar-lhe o caminho...Para mim parece tão simples tão fácil, mas será que ele me entende? o que sei da linguagem dos pássaros?Vai depender mais dele que de mim, só mudando o curso do voo transformara o seu destino que pode ser como agora uma dura vidraça mas talvez seja... o espaço infinito!...
Eu sou de todas as cores, de todos os sons, de
todas as dores, de todos os tons...
Sou água, terra, fogo e ar...
Sou a inércia e o caminhar...
Sou brisa, sou tempestade...
Sou mentira, sou verdade...
Sou lua minguante, sou lua cheia...
Sou pegadas na areia...
Sou a rosa e o espinho...
Sou afeto e sou carinho...
Sou sol, sou maresia...
Sou barulho, sou melodia...
Sou razão, sou sentimento...
Sou a eternidade e o momento...
Sou matéria, sou espírito...
Sou a doença e o antídoto...
Sou sério, sou anarquista...
Sou menino, sou Um homem...
Sou o que me der na telha...
Só não imutável, nem uma tediosa mesmice...
Eu não sou MAIS eu... Eu sou apenas EU...
E mesmo assim, imperfeito, já me dou por
satisfeito... ;)
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